25 de jun. de 2011

Onze cachorros e um homem

Hoje vou transcrever um artigo que lí no blog http://canilmadjarof.blogspot.com/2011/06/morador-de-rua-cuida-de-11-caes.html.
Sou apaixonada por animais, considero-os nossos irmãos menores e acredito que aqueles que maltratam os animais não são pessoas confiáveis sob nenhum aspecto. Ainda recentemente escreví sobre o que o exército americano faz com os cachorros de sua unidade militar.
No entanto, no caso abaixo relatado, há um exemplo de amor incondicional, de um homem sem recursos, morador de rua, cuja vida é cuidar de onze cachorros, também abandonados e maltratados. 
Se você mora em São Paulo e tem amor pelos animais mas não pode tê-los, doe um pouco da sua atenção. Acredite, você fará a diferença.



Rogério é um morador de rua que vive numa carroça coberta com 10 cães, entre eles, alguns encontrados em condições extremas - espancados pelos antigos donos, jogados pela janela de um caminhão, doentes, abandonados e esfomeados, largados ao léu, amarrados em postes etc.

Vive de doações de ração, remédio e comida. Os cães são muito bem tratados, mas dependem do amor e do carinho que o Rogério tem por eles e da caridade daqueles que o conhecem e admiram. 
Olhem a limpeza dos cobertores! Muitos donos de cães e gatos, com casa própria e condições financeiras, não têm o mesmo amor, respeito, e o cuidado com seus animais de estimação...
Ele fica próximo a pontos de ônibus na Avenida Georges Corbusier, após a Rua Jequitibás (região do Jabaquara, em São Paulo). Os cães não atrapalham ninguém, são muito educados e simpáticos, e todos eles - machos e fêmeas -, são castrados, e passam boa parte do dia dentro da carroça.

Ele é muito querido pelos comerciantes da região, mas o problema é durante a madrugada, onde bêbados ao volante e garotos usuários de droga da região tem sido um constante perigo. Rogério já foi espancado por jovens que chegaram a jogar álcool nele enquanto dormia com os cães dentro da carroça, por sorte não tiveram tempo de acender o fósforo, pois um dos cães latiu e o avisou do perigo.

Ele é um exemplo de como uma pessoa pode se doar. Alguém nas condições dele poderia ter escolhido outros caminhos, mas Rogério demonstrou coragem e decidiu perseverar. Além de ser uma pessoa de muito valor, faz caridade pra deixar muito bacana por aí no chinelo. Sua presença ilumina os lugares por onde passa, mas ele já está cansado e também não é mais tão jovem assim.

São muitas as agressões que ele e os cachorros vêm sofrendo, que vão desde o assalto ao espancamento, até atentados contra a vida; como esfaqueamento e atropelamento. Enfim, é muito sofrimento para alguém que luta tanto. Na região todos o conhecem e apreciam, tanto que na última vez que uma turma veio bater nele porque queriam roubar suas coisas, o dono de um bar próximo saiu para enfrentar os safados e começou a dar tiros, colocando todos em fuga. Mesmo assim, o Rogério passou dois dias no hospital por conta dos machucados recebidos e, se não fosse pela intervenção do dono do bar, os cachorros já seriam órfãos.

Assim, diante de tudo isso, peço que ajudem a divulgar esta história para que o Rogério possa conseguir uma oportunidade que lhe propicie melhores condições de moradia e de vida, em qualquer cidade, para que ele possa cuidar não somente dos seus, mas de outros tantos cães abandonados por esse Brasil e que precisam de muitos cuidados e de carinho. Já lhe ofereceram abrigo, mas desde que os cães ficassem para trás. O Rogério recusou, pois para ele, estes cães são como filhos; são sua família.

Outro dia ele estava levando todos os cães a um pet shop para tomarem banho - 11 cachorrinhos felizes – eram originalmente 10, mas agora apareceu mais um, um fox paulistinha que eu não conheci porque no momento que conversávamos estava no banho. Ele disse que havia passado remédio contra pulgas nos cachorros e que o tal remédio é meio melado, e então teve que dar banho em toda a tropa... Perguntei quanto ele iria gastar para dar banho em todos os cachorros e ele, sorrindo como sempre, disse que a moça do pet shop o ajudava e não cobrava nada. Santa alma! Aí eu perguntei a ele – e você? Onde toma banho? Ele me respondeu que tomava banho no posto de gasolina da esquina, banho frio, gelado mesmo. Disse que como era nordestino, estava acostumado.

Às vezes faltam palavras que possam definir a grandeza de uma alma como esta, que mesmo não tendo quase nada para si, dá o pouco que tem para minorar o sofrimento desses pobres animais de rua. Muito mais importante dos que a aparência, a riqueza e o poder ostentado pelas pessoas, são suas atitudes e seus valores éticos e espirituais.

Cada dia que passa, aprendo a admirar cada vez mais o ser humano que ele é. 



2 comentários:

  1. Legal onde posso achar esse homem

    Email kadet2.098@hotmail.com

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  2. A única referência que possuo é que em junho de 2011 ele ficava na Rua Jequitibás - Jabaquara-SP.
    Caso você seja da região, agradeceria se pudesse confirmar a localização.
    Um abraço e Feliz 2012!

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