Silêncio - uma benção que você desconhece.
Desafio você agora: marque no relógio 3 minutos. Somente 3
minutos. Feche a boca, não pense em nada... ouça tudo ao seu redor.
Se você não tiver vizinhos ruidosos, se não tiver música
alta no seu ambiente ou no ambiente externo, se estiver sozinho (procure um
canto para ficar sozinho), feche os olhos, feche a boca e apenas escute. Marque
3 minutos. Mas não vale pensar nos problemas, não pense em nada.
Você vai perceber que é quase impossível. Mas tente. De vez
em quando, várias vezes ao dia, tente.
Somente 3 minutos, para começar.
Não se frustre, mas também não desista. 99% das pessoas não
conseguirá, acredite!
99% das pessoas, no planeta inteiro, não sabe o valor e os
benefícios do silêncio.
Se você é do tipo que fala muito, ufa, não conseguirá ficar
em silencio, com certeza!!! Sabe por que? Porque VOCE NÃO SABE OUVIR. Você não
aprendeu a ouvir. Se você é do tipo de pessoa cujos amigos chegam e necessitam
contar alguma coisa que os perturba, que desejam desabafar, tenho certeza que
você não escuta. Você acha que escuta mas, sempre a interromperá contando seus
próprios casos, sua própria história. E quando seu amigo mencionar algo que
falou há 5, 10 minutos, meia hora ou no dia anterior, você não se lembrará,
simplesmente porque não prestou atenção, não escutou...
Sabe o que acontece nessas horas? Você frustra seu
interlocutor que é educado o suficiente para não mandar você calar a boca. Mas
acredito que talvez, apenas talvez, esse interlocutor te ouça. Em silêncio. Nas
horas que você quer desabafar, reclamar, fofocar, ou sei lá o que...
Mas você não se dá conta. Você quer falar, seus problemas são
maiores, sua vida é mais difícil, sua boca não consegue ficar fechada, nem
quando está se alimentando.
“Os antigos falavam pouco, liam pouco e pensavam
muito sobre o pouco que falavam e liam. Hoje lê-se muito, fala demais e pensa
de menos”. Clara
Dawn
Esse é um dos grandes problemas da raça humana. Ninguém quer
escutar ninguém. Três dos dez dedos da minha mão representam as pessoas que
sabem escutar. Me considero privilegiada. Mas também, não tenho círculos
grandes de “amigos”. Então, no meu universo, conhecendo aproximadamente 30
pessoas, somente 3 conseguem fechar a boca e me escutar nos momentos que
resolvo falar.
Entre em um transporte urbano, um trem, por exemplo. Fique
em silêncio e somente escute. Você verá que a grande maioria está conversando.
Entre si, no celular, o camelô gritando...
Entre no restaurante. Lugar em que as pessoas deveriam estar
de boca fechada, utilizando-as apenas para mastigar sua refeição. Pois bem,
elas conseguem falar enquanto comem.... e são barulhentas!!!
Fico tentando entender, porque a necessidade que as pessoas
tem de falar tanto... Temos uma boca, mas dois, DOIS, ouvidos. Por que será?
Isso te diz alguma coisa?
Se você não gostou do que leu, transcrevo abaixo um texto
que é mais sutil do que eu no assunto, texto de Waldimar Souza:
Há sabedoria no silêncio. Falar muito é pensar pouco!
Sábio é aquele que,
em silêncio, desenvolve um estado mental que o ensina a ser prudente e coerente
com o que vai dizer. Nesse silêncio, pode parecer óbvio, mas quanto mais
pensamos, menos vamos falar. Falar mais é pensar sempre menos.
Certamente, você já se viu em algumas
situações que falou o que não deveria ou falou mais que deveria. Em momentos de
crise, por exemplo, somos sempre convidados a emitir nossa opinião. Como esse
momento nos obriga a avaliar, nos sentimos prontos para falar sempre mais. E é
aí que precisamos ter cuidado!
Da mesma forma como não se pode apressar o
amadurecimento de uma fruta sem afetar seu sabor, o silêncio também precisa de
um estágio de amadurecimento. Imagine um cenário onde você é testado a dizer o
que não te interessa. Mesmo sendo difícil ficar calado quando por algum motivo
algo não te agrada, se você for apressado em sua fala, haverá uma grande chance
de você ser afetado pelas circunstâncias externas. Ou seja, você ainda precisa
exercitar o silêncio para evitar a pressa de falar, quase sempre, o que outro
quer ouvir.
Sendo assim, quando o sábio é testado a
dizer aquilo que o tolo quer ouvir, basta o silêncio para distorcer seu modo
habitual de se impor. Por isso, quando se diz por meio do silêncio, cala a
arrogância. O silêncio é uma virtude que revela o olhar dos sábios.
Em um diálogo, é no silêncio dos intervalos
que nos completamos nas falas. Se você tentar se impor, na tentativa do
convencimento, bloqueará todos os sentidos de quem te escuta. Falar e
silenciar, é como o sol e lua: quando um está presente, o outro não está.
Exercitar o diálogo é tão necessário quanto praticar o silêncio. Observe, por
exemplo, quando você fala. Quando no silêncio, você deixa de refletir sobre o
que vai falar, você passa a adjetivar.
Em um mundo destituído de consciência, não
queremos mais o silêncio. A fala reflexiva deu lugar às artificialidades
postadas diariamente nas redes sociais. Quando temos a informação, mas não nos
preocupamos com a formação, falamos o que escutamos. E como a nossa capacidade
de ouvir está muito baixa, temos medo de que o mundo não saiba quem somos. Com
isso, não importa ser, é preciso parecer e aparecer.
Eu te convido a uma reflexão! Que o seu
silêncio interior seja abastecido com palavras de bondade e de amor, pois o
silêncio sem essas palavras seria um vazio absoluto. Que o seu silêncio não
seja a recusa da palavra, mas a possibilidade de dizer de forma honesta, sempre
considerando quem vai te ouvir, não importando quem seja. E não se preocupe com
o barulho, só por meio dele é que se revela o silêncio.
http://www.portalraizes.com/ha-sabedoria-no-silencio-falar-muito-e-pensar-pouco/
Ainda não gostou do que leu? Então vou deixar para você a lição
de Sócrates, outra vertente de quem fala muito:
“Na antiga Grécia, Sócrates
tornou-se famoso pela sua sabedoria e pelo grande respeito que manifestava por
todos. Um dia, veio ao encontro do filósofo um homem, seu conhecido, que lhe
disse:
- Sabes o que me disseram de um teu amigo?
- Espera um pouco - respondeu Sócrates. Antes de me dizeres alguma coisa, queria que passasses por um pequeno exame. Chamo-lhe o exame do triplo filtro.
- Triplo filtro?
- Isso mesmo - continuou Sócrates. Antes de me falares sobre o meu amigo, pode ser um boa ideia filtrares três vezes o que me vais dizer. É por isso que lhe chamo o exame de triplo filtro.
O primeiro filtro é a verdade. Estás bem seguro de que aquilo que me vais dizer é verdade?
- Não - disse o homem. Realmente só ouvi falar sobre isso e ...
- Bem! - disse Sócrates. Então, na realidade, não sabes se é verdadeiro ou falso.
Agora, deixa-me aplicar o segundo filtro, o filtro da bondade. O que me vais dizer sobre o meu amigo, é uma coisa boa?
- Não. Pelo contrário...
- Então, queres dizer-me uma coisa má e que não estás seguro que seja verdadeira. Mas posso ainda ouvir-te, porque falta um filtro, o da utilidade. Vai servir-me para alguma coisa saber aquilo que me vais dizer sobre o meu amigo?
- Não. De verdade, não...
- Bem - concluiu Sócrates. Se o que me queres dizer pode nem sequer ser verdadeiro, nem bom e nem me é útil, porque haveria eu de querer saber?
- Sabes o que me disseram de um teu amigo?
- Espera um pouco - respondeu Sócrates. Antes de me dizeres alguma coisa, queria que passasses por um pequeno exame. Chamo-lhe o exame do triplo filtro.
- Triplo filtro?
- Isso mesmo - continuou Sócrates. Antes de me falares sobre o meu amigo, pode ser um boa ideia filtrares três vezes o que me vais dizer. É por isso que lhe chamo o exame de triplo filtro.
O primeiro filtro é a verdade. Estás bem seguro de que aquilo que me vais dizer é verdade?
- Não - disse o homem. Realmente só ouvi falar sobre isso e ...
- Bem! - disse Sócrates. Então, na realidade, não sabes se é verdadeiro ou falso.
Agora, deixa-me aplicar o segundo filtro, o filtro da bondade. O que me vais dizer sobre o meu amigo, é uma coisa boa?
- Não. Pelo contrário...
- Então, queres dizer-me uma coisa má e que não estás seguro que seja verdadeira. Mas posso ainda ouvir-te, porque falta um filtro, o da utilidade. Vai servir-me para alguma coisa saber aquilo que me vais dizer sobre o meu amigo?
- Não. De verdade, não...
- Bem - concluiu Sócrates. Se o que me queres dizer pode nem sequer ser verdadeiro, nem bom e nem me é útil, porque haveria eu de querer saber?
Leia mais:
http://www.contioutra.com/os-beneficios-fantasticos-do-silencio/
https://obemviver.blog.br/2016/06/08/a-pratica-do-silencio-traz-beneficios-impressionantes-acredite/
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