9 de ago. de 2011
Tubarão: Fera Assassina ou Vítima?
Como parte do meu programa de denúncias, hoje vou falar sobre um artigo que recebí do Instituto Ecológico Aqualung, localizado aqui no Rio de Janeiro.
Esse Instituto dirigido pelo biólogo Marcelo Szpilman administra cursos relacionados ao meio ambiente e mantém vários projetos de defesa da fauna marítima, dentre eles o PROTUBA.
Sempre que tomamos conhecimento de acidentes causados nas praias por tubarões, nos vêm à mente aqueles seres monstruosos, que há décadas acompanhamos através de filmes hollywoodianos, e dos quais torcemos pela extinção simplesmente por ignorância e medo.
Lendo o artigo, mudei completamente minha ideia sobre este ser que habita os mares, no topo da cadeia alimentar. Não que seja minha intenção acariciar um tubarão, mesmo que sob supervisão de um profissional em alguma atividade de mergulho, mas consigo enxergá-lo com olhos mais humanos e cônscios da sua real necessidade e presença nos oceanos.
De acordo com o biólogo, baleias, golfinhos e tartarugas arregimentam simpatizantes para suas causas pela simples empatia que causam. Já o tubarão, é fadado ao repúdio e pavor que causa às pessoas, principalmente às que residem próximo ao litoral. Entretanto ele possui uma imensa importância na manutenção do equilíbrio e da saúde da vida marinha.
Iguais aos leões africanos e tigres asiáticos, esse predador oceânico mantém o controle populacional de suas presas e exercem importante papel na seleção natural ao predar os mais lentos e os mais fracos. Ao comerem animais doentes, feridos e mortos, atuam como os urubus que limpam as carniças dos ambientes terrestres. Sem este papel, teríamos que conviver com o mau odor dos corpos de animais jogados nas encostas de estradas e vias públicas, tornando o ar irrespirável; paralelamente, em ambiente marinho, o oceano se desorganizaria, alterando a complicada teia alimentar dos mares.
Como exemplo disso, em 1980 na Austrália, a pesca excessiva de tubarões provocou uma explosão na população de polvos que resultou em uma série crise na pesca de lagostas. A extinção do tubarão-branco, por exemplo, aumentaria a população de focas e leões-marinhos que consumiriam muito mais peixes, levando à redução de estoque para a população; tal reação chegariam às algas planctônicas, maiores produtores de oxigênio do planeta, ou seja, uma total catástrofe.
Mas, o que me deixou mais horrorizada foi a forma de pesca predatória de determinadas espécies para extração de partes de seu corpo com objetivos de obter produtos específicos que não possuem embasamento científico, tal como pênis de tigre, pata de tartaruga marinha ou chifre de rinoceronte, que são extraídos por possuírem supostamente efeito afrodisíaco. Após a captura do animal, os pescadores cortam fora suas nadadeiras, atirando sua carcaça de volta ao mar, ainda vivos, porém mortalmente aleijados, sangrando até morrer, para serem comidos por outros peixes, sem chance de defesa.
Quando pescados para fins de consumo da carne, utilização da pele ou farinha para ração de cães e gatos, 80% da carcaça do tubarão é desperdiçada pois não é economicamente viável por deteriorar muito rapidamente.
Das 88 espécies de tubarão que vivem em nosso litoral, 33 já estão ameaçadas de extinção pelo Ibama, Iucn (União Internacional para a Conservação da Natureza) e CITES (Convenção para o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora). Isso representa 37,5% de espécies ameaçadas... Em todos os oceanos, são aproximadamente 70 milhões de tubarões mortos para abastecer este comércio irracional.
Se você entendeu o tamanho da calamidade e gosta de fazer a sua parte como a história que contei aqui do beija-flor, existe um abaixo-assinado contra o Finning (nome dado a este tipo indiscriminado de pesca, promovido pelo Instituto e que roda pela internet, determinando que todos os tubarões pescados em águas brasileiras deverão estar com suas nadadeiras íntegras e no corpo do animal) através do endereço http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N5037.
Não custa nada e você poderá engrossar a lista de repúdio contra essa prática absurda.
Mais informações, você poderá ler em uma das revistas do Instituto, cuja manchete é a que abre esta postagem.
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